quinta-feira, 6 de março de 2008

Jardim das Francesinhas entregue ao vandalismo

O Jardim das Francesinhas, à Lapa, em Lisboa, já conheceu melhores dias. Situado numa das zonas mais nobres da cidade, mesmo ao lado da Assembleia da República, está hoje repleto de graffiti, o mobiliário urbano está na sua maioria destruído e a iluminação não é suficiente para garantir a segurança dos transeuntes à noite.
E, claro, os dejectos dos cães ocupam grande parte do espaço. "Está a ver estas ligações eléctricas todas de fora? São um perigo para as crianças!", lamenta António Soares, morador na Rua de São Bento e frequentador assíduo do espaço.
A Junta de Freguesia da Lapa garantiu ao DN que já pediu à autarquia para "tomar conta do jardim" mas a câmara recusa-se a ceder o espaço até porque garante que o "jardim não se encontra em mau estado, sendo que a parte da área verde do jardim tem sido limpa e conservada.
Tem havido acções de limpeza frequentes no jardim". Quanto à parte de mobiliário urbano, caminhos ou lancis de passeios, José Sá Fernandes, vereador dos Espaços Verdes, admite que "carecem de uma intervenção".
Mesmo ao lado de uma faculdade, o espaço é pouco frequentado. "É um jardim pouco aproveitado. Está tratado, vê-se, mas não é muito atractivo e prova disso é o facto de estar aqui junto à faculdade e ninguém vir para aqui", alerta Luís Lourenço, enquanto passeia o cão. O vandalismo é mesmo a pior ameaça.
"À noite vêm para cá grupos de rapazes que partem isto tudo, pintam as paredes, deixam tudo sujo. É reflexo do país que temos", lamenta António Soares. Também o casal Gameiro é frequentador do Jardim das Francesinhas há mais de 50 anos. "Anda sempre aqui um senhor a limpar mas é pena as pinturas nas paredes", frisa Josete Gameiro.
Já o seu marido, Manuel Gameiro, salienta o facto de os dejectos de cão estarem "por todo o lado" e aponta o dedo à falta de civismo dos donos. "É uma vergonha. Está uma vergonha", exclama Nuno Ferro.
O presidente da Junta de Freguesia da Lapa lamenta o facto de aquele espaço, "localizado numa zona tão frequentada por altas personalidades", se encontrar no estado actual. "Quem trata do jardim é apenas um homem, mas como tem tantos jardins para tratar fica aqui umas horas que acabam por dar em nada", denuncia o presidente.



in Diário de Notícias

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